5 de ago. de 2010

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE MULHERES PRATICANTES DE FUTEBOL FEMININO PROFISSIONAL

PERFIL ANTROPOMÉTRICO DE MULHERES PRATICANTES DE FUTEBOL FEMININO PROFISSIONAL

A prática de futebol feminino vem aumentando nos últimos anos no país do futebol masculino, e as mulheres estão praticando cada vez mais o esporte fazendo com que a modalidade ganhe mais espaço. A legislação, com seus especialistas, contribuíram para que o processo de entrada da mulher no esporte mais praticado no país se desse apenas no final da década de 80.

De acordo com Castellani Filho (1991) durante a ditadura militar, o CND (Conselho Nacional de Desporto), através da resolução número 7/65, proibiu as mulheres de praticarem lutas, futebol, pólo aquático, rugby e baseball no pais. Somente em 1986 o CND reconheceu a necessidade de estímulo à participação das mulheres nas diversas modalidades esportivas. De acordo com o jornal (Brasil, 1996,p.5), a explosão do futebol feminino no país ocorreu na década de 80, onde o time carioca Radar colecionou títulos nacionais e internacionais. As vitórias estimularam o aparecimento de novos times e em 1987, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) já havia cadastrado dois mil clubes e quarenta mil jogadoras. No ano seguinte, o Rio de Janeiro organizou o campeonato estadual. A primeira seleção nacional participou da inédita copa do mundo na China em 1991, e fez sua estréia nos jogos olímpicos de 1996 em Atlanta ficando em quarto lugar.

A seleção feminina do Brasil conquistou a mesma colocação nas olimpíadas de Sydney em 2000, e foi medalha de prata em Atenas em 2004. Pelas competições da FIFA, a seleção ficou em terceiro lugar no mundial dos Estados Unidos de 1999, e foi vice-campeã mundial na China em 2007.

Nesse contexto promissor interessa-nos o conhecimento do perfil antropométrico, através da análise da composição corporal das atletas da equipe de futebol feminino do Santos Futebol Clube – FUPES – PMS, através dos dados coletados, observar as características antropométricas: estatura, espessura de dobra cutânea e massa corporal total. Com isso podemos identificar qual é o atual perfil das atletas de elite do futebol paulista de acordo com os resultados expressados na média e desvio padrão, e observar o percentual de gordura (%G), das atletas, de acordo com o posicionamento tático.

De acordo com os resultados expressados na média e desvio padrão, podemos observar que: (a) média de idade das atletas foi de 20,79 (+-3,20), (b) peso 59,18 kg (+-6,54), (c) estatura 165 cm (+-0,07), (d) (%G) 13,82 (+-2,27), (e) IMC 21,59 (+-1,91). A massa corporal total das atletas, quando expressa em kg, obteve diferença significativa. Observaram-se menor quantidade de gordura corporal (G%) e maior quantidade de massa corporal magra nas atletas. De acordo com Lohman (1992), que sugere um percentual de gordura corporal ideal para mulheres de 12% a 16%, as atletas se encontram dentro do (%G) atual de 13,82 (+-2,27), ou seja, ideal para a população.

Pelo fato das atletas serem constituídas de alto nível composta por jovens e realizarem treinamentos aeróbios e anaeróbios em dois períodos diários de segunda à sexta-feira, dessa forma já apresentam resposta adaptada do metabolismo lipídeo na produção energética ao treinamento. Essa adaptação causa forte impacto na composição corporal das atletas e pode ter determinado o (%G), significantemente baixo.

De acordo com esse dados podemos observar que as atletas que atuam em determinadas posições onde a demanda energética é menor durante o jogo, obteve maiores percentual de gordura como é o caso das goleiras e as atacantes.

No entanto as atletas que atuam como laterais, meias e zagueiras, obtiveram um percentual de gordura menor isto pode estar relacionado ao fato de exercerem funções táticas onde se exige um gasto energético elevado, onde o ritmo e a intensidade no jogo é maior exigida dessas posições. Pois ambas posições realizam treinamentos diários aeróbio e anaeróbios em dois períodos, de cinco vezes semanais, são excluídas desse treinamento, somente as goleiras, que fazem um treinamento especifico com o treinador de goleiras.

Entretanto com esses dados é possível caracterizar o perfil antropométrico das atuais atletas de equipes adultas profissional da elite do futebol feminino paulista.

METODOLOGIA
Foram avaliadas 24 atletas profissionais da equipe de futebol feminino do Santos Futebol Clube – FUPES - PMS (a avaliação foi aplicada, durante a disputa da fase semifinal do Campeonato Paulista de Futebol Feminino 2007, organizado pela Federação Paulista de Futebol (FPF)). Foram realizadas as seguintes análises antropométricas: estatura, espessura de dobra cutânea (tríceps, subescapular, supra-ilíaca e abdômen) e a massa corporal total.

A aplicação contou com a colaboração da supervisora e do treinador da equipe. A avaliação foi realizada no tempo disponível das atletas, onde, no mesmo dia não houve treinamentos físicos e táticos em nenhum período. A partir das medidas obtidas, foram calculados diversos parâmetros, sendo considerados na presente análise: o percentual de gordura corporal (%G) obtido á partir da estimativa da densidade corporal, a massa corporal magra (massa corporal total – massa corporal de gordura kg), e o índice de massa corporal (IMC- massa corporal total/estatura2, kg/m2). Utilizou-se uma balança digital da marca Toledo com estadiômetro, e um adipômetro para determinar a massa corporal total e um adipômetro científico da marca Sanny. A estimativa da gordura corporal das atletas foi feita a partir da estimativa da densidade corporal obtida pela equação de Faulkner apud Carnaval (1995) protocolo de 4 dobras (tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdômen, lado direito), através do protocolo de Lohman (1992), identificamos o percentual ideal para mulheres de 12% à 16%.

Através dos dados coletados, também foram calculados o (IMC) Índice de Massa Corporal, e a média geral da faixa etária.

De acordo com esse dados podemos observar que as atletas que atuam em determinadas posições onde a demanda energética é menor durante o jogo, obteve maiores percentual de gordura como é o caso das goleiras e as atacantes. No entanto as atletas que atuam como laterais, meias e zagueiras, obtiveram um percentual de gordura menor isto pode estar relacionado ao fato de exercerem funções táticas onde se exige um gasto energético elevado, e onde o ritmo e a intensidade no jogo é maior exigida dessas posições.

Fonte: http://cnx.org/content/m15996/latest/ (Santos Futebol Clube)

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